quinta-feira, 26 de julho de 2012

voltando no tempo




e lá estava ela perdida no meio de suas lembranças
voltando no tempo
naquela manhã que apesar de ensolarada
foi uma das mais nubladas que já viveu...
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a menina órfã chorava a perda da mãe
as pessoas não tinham ideia do que fazer com toda aquela tristeza
e agora?
onde ela vai morar?
quem vai cuidar dela?
perguntas sem respostas que com certeza torturaram seu pobre pai...
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como num passe de mágica
lá estava ela sentada à mesa na casa de dona Ritinha
tentando comer aquelas costelinhas fritas
que rapidamente deram um nó cego no seu estômago de criança
e durante anos e anos
aquele aroma a fez reviver uma das maiores perdas que já teve na vida...
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"em busca do tempo perdido"
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hoje aquele tempo ficou para trás
mas algumas situações a fazem recordar
a enorme cicatriz que ficou em seu coração
mas apesar de todo o sofrimento
ela sobreviveu
diria mais
viveu com mais intensidade do que a maioria das pessoas que conhece
interessante essa nova maneira de pensar :)
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é menina... você sabe bem a dor da perda
virou expert no assunto
e antes se revoltaria
encheria a cabeça de Deus com seus porquês
hoje não mais
mas sabe bem o que fazer nessas horas
em que um abraço amigo vale mais do que mil palavras :)
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a única certeza que você tem nessa vida
é que vai morrer
o dia e a hora
podem estar marcados no seu destino
mas chegará de surpresa
então o melhor a fazer é aproveitar como dona Maria Jiló
apreciando as cortinas floridas que a vida lhe dá
sendo uma boa aprendiz aqui
e não no tão imaginado além
simples assim :)
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e a menina ficou ali olhando toda aquela cena
querendo passar merthiolate na dor de sua querida amiga
ouvindo as bonitas lembranças que os filhos guardaram da mãe
aquela belíssima dama de olhos claros e aparência delicada
que criou os filhos
e assumiu com dedicação e amor o papel de matriarca da família
bonito pensar assim :)
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e depois de um longo dia
voltando para casa
no mesmo mês de julho
lá estavam as costelinhas fritas em cima da mesa
coincidências da vida...
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"O relógio de vida recebeu corda quando nascemos.
Nenhuma pessoa sabe quando os ponteiros irão parar.
Estamos entregues a um poder maior.
O 'agora' é o único tempo que possuímos.
Vivamos, amemos e convivamos na alegria da dedicação.
Sempre nos movemos sob bênção divina.
Pelo ouro do tempo e pelas circunstâncias damos valor a nossos passos!"
                                                                                                Frei Claudio
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beijos
claudinha

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